terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Culinária Natalina...



Lembrei-me que minha mãe fazia bolacha na véspera do Natal. Claro que tudo que ela fazia, era em escala industrial. Eu, no posto de sua ajudante imediata e única auxiliar, tinha que limpar as formas e engraxa-las, cuidar do fogo no forno-que ficava lá no fundo do quintal. Tocar a manivela da máquina de fazer bolacha,( aquelas que também eram usadas pra moer carne) e, recortar a outra parte da massa em forma de estrelas, corações, etc. Levar as formas com as bolachas para assar, retirar as bolachas depois de assadas, voltar a engraxar novamente as formas, e repor novamente com mais bolacha para assar.

Céus! Ela fazia tanta bolacha, que dava pra entupir a dentadura de velhos de um asilo inteiro!

Ufa! Enfim quando as bolachas estavam todas assadas, começava a segunda etapa que era bater umas quantas dúzias de ovos, ou melhor, às claras em neve, cuidando pra que ficasse bem firme o merengue. Não tinha batedeira, isso tudo manual. Depois de colocar o merengue nas bolachas, decorava-se colocando o açúcar de confeiteiro e voltava-se a levar as formas com bolacha para o forno, para secar o merengue.

Tinham umas quantas escadas, não eram de muitos degraus, mas que no final do dia representavam mais altas que a escada do Cristo, no Rio de Janeiro. Que lá pelas tantas eu já subia de quatro pés, de tão cansada. Isso tudo precisava ser rápido, porque se tinha uma coisa que minha mãe sabia fazer muito bem-além de cuca e bolacha, era mandar.

Sempre que ela dava uma nova ordem, completava a frase dizendo: Schnell du!!!

Isso era uma maratona pra um dia inteiro. Mas depois, ainda tinha que limpar a cozinha, que ficava cheia de farinha até o teto. Parecia que ela despejava a farinha com o ventilador ligado. O chão da cozinha tinha umas frestas de dois dedos de largura, e claro que limpar tudo isso levava horas. A sorte era que naquele tempo, derretiam-se uns tabletes de cera, bem vermelha, que levava pelo menos uns três dias pra desencardir as unhas, mas pelo menos disfarçavam algum resquício de farinha. E nada fácil era abrir o lustro do assoalho, com o tal escovão e um pano de lã, depois que a cera estivesse seca. E por mim, eu dormiria por três dias e três noites após isso.

Todavia, mais um ou dois dias ela anunciava: Amanhã vamos fazer cuca! Juro que, muitas vezes pensei em fugir de casa, bem na véspera do Natal.

De manhã, bem cedo começava a mesma maratona, pega as formas, limpa as formas, corre fazer fogo no forno, alcança os ovos, vai ver se o fogo não apagou...

Era cuca recheada de creme de chocolate (minha preferida), cuca recheada de laranja, cuca recheada com creme de groselha, cuca com cobertura de isso e aquilo...

Então, depois de tudo isso ela dizia: Agora pega e leva uma cuca pra Dona Morena, uma pra Dona Negra, um pra sicrana e outra pra beltrana...


Relembro rindo, mas me canso só de pensar o quanto corria nesta data.



Beijos, caros vistantes!


P.S.: Schnell du, significa: Rápida você.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Mistério da ceia...


Nesses últimos dias mexendo nos enfeites de Natal, fabricando gnominhos, criando mais alguns adornos natalinos, e começando a decorar meu doce lar, lembrei-me de um fato do passado... Ou melhor, algo que desconhecia e me intrigava. Passei anos sem citar meu desconhecimento, e nem demonstrar que não tinha menor noção do que se tratava.

Quantos anos eu passei na maior ignorância? Ah, não saberia dizer...


A sua fórmula seria milenar? Guardada em segredo a sete chaves e descoberta em algum reinado distante?


Ano após ano, sempre nesta data, seguia eu no meu dilema ao abrir uma revista à procura de inspiração para decoração natalina... Ao deparar-me com belas imagens e mesas decoradas para ceia, aquele prato tradicional me fazia pensar: Que será isso?

Teria o destino conspirado em meu favor, num dia belo dia ensolarado em que lá eu me debruçava sobre uma das revistas, e os pássaros em revoada por sobre o pátio a contemplar o momento sublime em que o segredo desvendava-se? Ou seria por ser véspera de Natal, e meu presente seria a revelação?

Enfim chegara o dia. Ante meus olhos, estava o esclarecimento:

“Receita de Rabanada!” Pão amanhecido, embebido em uma omelete de ovos, farinha, pitada de sal e açúcar, canela, frito.

Céussssssssssssssssssssss!!! Com mil raios, isso é rabanada??? Foi o que me perguntei, seguida de uma gargalhada.

Aquilo que comíamos sempre quando o pão estava endurecido, nas manhãs de nossa infância-antes de ir pra escola, era o prato fino que constava no cardápio das ceias Natalinas, das mais nobres mesas. Todavia, não lembro a data do descobrimento. Isso faz muitos anos, e foi muito divertido. Sem internet, sem Google para esclarecimento, nosso passado foi outro.

Beijo aos visitantes!


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Anne!!!


De vez em quando, surge no céu uma nova estrela. Brilhante, dessas que passamos horas olhando seu brilho. Em minha vida, algumas estrelas surgiram em forma de pessoas, como presentes enviados em determinado momentos de minha vida.

Anne surpreendeu-me com sua amizade e carinho, num momento difícil que absorta em meu dilema, não fazia idéia da importância que viria a ter em minha caminhada. Uma estrela enviada, com seu grande amor incondicional.

Anne, querida amiga... Agradeço este espaço, que criaste com tanto carinho. Seu apoio, amizade, tolerância e incentivo. Obrigada por tudo!


P.S.: És especial, e me faltam palavras para dizer de ti. Que Deus lhe abençoe!


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Entre rimas e um trôpego divagar...


Por certo, uma mistura de Dom Quixote e Cervantes... Do cavaleiro andante, e o tropel. Do grito de avante do coronel. Do capitão destemido do navio, em mar bravio. Da embarcação que transportava loucas esperanças, e todas as coisas santas.

Não, não era um catre. Mas tinha uma janela, onde meus olhos depositavam esperanças e viam além. Como por um astrolábio. Muito além, dos domínios da luz do candeeiro. Horizontes, até o infinito... Era o braseiro alimentado incansavelmente, e meu olhar ficava tão mais bonito...

Na seara da esperança, enquanto plantava os sonhos cresciam. Éramos raízes entrelaçadas no mesmo chão. Alimento um para o outro. E o gosto, era de um lar, com cheiro de pão.

Os sonhos buscavam espaço, pedindo aconchego, sem medo de querer e amar. Nem as ventanias, nem os cansaços, nem falta de abraços, faziam parar de sonhar...

Ouço algo... Teria uma ave com seu pio, trazido mau agouro? Espere! Voltarei à janela escutar...

Ah, somente o farfalhar das folhas nos galhos das árvores. Ou seria de fato, minha imaginação? Tal como cavalo velho, que de tanto remoer gastou os dentes.

Indago-me;... Teria a lua pintado de prata meus cabelos, enquanto estava a divagar?

Rimas fáceis para um sonhar, para dizer de um querer.
Inspiração, lenitivo para um coração. Ilusão?

Não! Não diga que foi assim, eu não poderia suportar.
Vi no espelho, a pupila a brilhar.

Seria renegar todos os momentos. A crença que existia uma estrada, uma morada de paz, um céu de estrelas. Uma vida plena!



É isso aí. Shakespeare não morreu!


P.S.: Presto homenagem através deste escrito, ao meu querido amigo “
Oliver, Comandante da Cavalaria do Condado de Deux Chevaux", freqüentador deste espaço desde seu início. Trôpego meu divagar de rimas, tal um cavalo manco. Mas que presta homenagem, para Cavalaria que muitas vezes tarda, mas não falha! -:)

sábado, 17 de outubro de 2009

Caros visitantes...


Dei-me conta que estou chegando perto de cem páginas escritas, e jamais imaginei ter assunto para tanto. Dou-me conta também, que abordei vários assuntos com o exercício da escrita. De forma despretensiosa, escrevi contos, causos, poesia em prosa, dando vazão com meus escritos, ao que veio a mente. Com tendência de escrever expressões do cotidiano, regionais e uso de uma influência da cultura gaúcha. Mesclei humor, pitadas leves e reflexivas, prosas e relatos dos causos de antigamente.
Inventei, relatei e divaguei... E, me fez muito bem!

Um ótimo final de semana pra todos!
Beijos!


P.S.: Obrigada pelo carinho de todos, pelos comentários e o exercício de sua paciência em ler meus escritos. ( hahahahahaha)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Feliz dia da criança que ainda habita em você!!!


Adoro as crianças e a sua forma de ver o mundo. Suas soluções para as coisas são simples e práticas. Suas mentes desconhecem a maldade, ainda não captaram as entrelinhas de uma conversa, são claras e diretas quando falam. Seus sorrisos são espontâneos, não sabem ser artificiais, dizem o que pensam e escrevem "Brazil! "
O som de suas gargalhadas nos contagia e é algo indescritível!

Beijos caros vistantes!
Feliz dia da criança que ainda habita em vocês!!!

P.S.: Brinquei muito na minha infância. Geralmente minha mãe tinha que me buscar no fim do dia - quase noite-, pois não me dava conta da hora de parar de brincar, com uma bela varinha de vime, (pra quem nunca apanhou disso, não imagina o vergão que dá nas pernocas).

Imagem: Getty Images.

Selinho...


Postar o selo e linkar o blog que o ofereceu. Citar 7 coisas que te fazem bem em um blog .
Agradeço a Amandica pelo selinho. Só vou citar algumas coisas, pra não ser desmancha prazer, e para não interromper a brincadeira. Visto Amandica ser muito amada e sempre presente, com sua visitinha alegre e bem humorada. O blog dela também me faz bem. Mas não sou fã de selinhos. Meus amigos blogueiros também não gostam muiiito...rss Então, deixo assim sem citar ninguém, e ofereço para todos visitantes.
1) Blog que abre a página facilmente.
2) Crônicas, contos, causos de antigamente, relatos de lugares pitorescos, costumes de seu povo e suas expressões.
3) Textos compreensíveis, bem escritos, de bom humor, e que “não” terminem dizendo: “Pense e reflita.”
4) Histórias reais, de superação, de pessoas que viveram circunstâncias difíceis.
5) Quando respondem meus comentários.
6) Fatos, fotos, obras de arte, artesanato, trecos de criatividade, imagens belas, (principalmente de jardins, rss ).
7) Etc e taus...

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

As cartas que escrevi e não enviei...

Por certo, ainda saberia dizer o motivo pelo quais algumas foram escritas. Ao escrevê-las, tinha o tempo e a reflexão, para colocar minhas palavras ponderadamente. Era também a forma que eu, papel e caneta resolvíamos as questões pendentes, como um balanço geral da situação. Mas, não as enviei... Enviando estaria insistindo falar de circunstâncias já definidas, ou, por achar que não adiantava mais prosseguir o assunto. Resignação talvez... Quem sabe orgulho. Ou, por achar que as palavras pudessem evaporar do papel, e serem lidas telepaticamente pelo destinatário.

Indago-me, teria entre elas, alguma carta de amor? E o temor de revelar meus sentimentos, teria refreado a possibilidade de remetê-las?

Ah! Por certo havia!

Devo confessá-las enquanto há tempo...

Ao padre? Aos filhos? para que saibam quem amei e sonhei enamorar-me?

Todavia, voltou-me a mente neste instante, que todas foram queimadas. E que escrevi em seu lugar, somente uma. Pra quem? E qual era o conteúdo? Conto-lhes... Dizia mais ou menos assim:

Senhor,

Escrevi várias cartas, mas resolvi queima-las. Substituindo todas as cartas, lhe escrevo.
Houve momentos de minha vida, que não entendi muitas coisas. Sei também, que Lhe questionei várias vezes. Não entendi porque as pessoas que amei ficaram ausentes, nos momentos que mais precisei de afeto e consolo. Também, não entendi como alguém que nos diz amar, possa ser indiferente a esses momentos.

Queimei-as, por que foram escritas com sentimentos do momento, como desabafos. Mas entre elas também havia cartas, escritas com intenção de fazer-me conhecer em verdadeira essência.

Somente tenho um pedido, e com esse objetivo é que lhe escrevo. Por favor, Senhor, não permita que eu amargue jamais, não importa a circunstância vivida. Não importam, quantas pessoas insensíveis possam atravessar meu caminho, e me ferir. Não importa, o quanto difícil seja ultrapassar esses momentos.

Quero dizer-Lhe também, que foram lindos os sonhos que sonhei para minha existência. Todos esperados com olhos brilhando, ante a possibilidade de concretizá-los... Nem todos se realizaram.

Leve em consideração meu pedido, e que eu continue a achando graça das minhas atrapalhadas. Sentindo sua presença sorrindo, balançando a cabeça, como quem pensa: “Você me diverte!”

Tudo que aprendi, foi com que criaste com seu imenso amor. Que eu consiga nesta breve passagem pela terra, ser ao menos um mero arremedo do seu exemplo.


Sem mais para o momento,

Agradeço minha vida, e a oportunidade de viver essa experiência terrena.
Com amor, Lu.

P.S.: Ah, e me perdoe por evitar os chatos, os falsos, os hipócritas e demagogos, preferindo o silêncio, e o canto dos seus pássaros.

P.S.: 1)Um adendo - Gostaria de fazer uma perguntinha. Posso? Não dá pros insetos comer os inços, em vez das flores que planto com tanto carinho? Ou, transforma-los em borboletas e beija-flor? que são espécies que apreciam as flores, e embelezam o jardim. Esses “fio de uma égua” tem acabado com as lindas plantinhas. Até dou o nome dos infames destruidores: “ Tatuzinho-bola, formigas e lesmas.

Bem sabes que o jardim não é somente minha vaidade, mas minha prece em forma de ação. O lugar que Lhe espero todos os dias, saboreando a paz e a alegria de sua companhia. Se eles não pararem de comer as mimosas e lindas florzinhas, na próxima vez que vires me visitar, vais me encontrar tacando sal no traseiro deles.


Um ótimo final de semana para todos!
Beijos!



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mais um pouco do meu espaço sagrado...


Mais um pouco do meu espaço, que tanto escrevo. Na primeira foto, aparecia a casa vizinha, então resolvi pintar umas flores na lateral. Percebam, que a pintura funde-se nas cores das flores ao chão. Pintei no computador, coisa que nunca tinha tentado fazer. Só não ficou perfeito, pois não tinha muita opção de cores... rss

Levem em consideração o esforço, e a minha primeira vez!

Mas querendo elogiar, não se acanhem! ;-)



Acho linda essa arvorezinha. Há uma mesclagem de cores nas suas flores. A primeira foto, foi tirada antes dela florir.


"Os ninhos."


Em cima da minha casa, moram muitos passarinhos. Tudo bem dividido e organizado. As andorinhas quando chegam, ( pois são aves migratórias), moram na parte da frente, e os pardais na parte dos fundos. Mas outras espécies, moram nas árvores: pombos, canarinhos, tico-tico, bem-te-vi, chupins, etc... Após constantes dias de chuvas e de um forte vendaval ,os filhotes acabaram caindo dos ninhos e morrendo. Então resolvi colocar umas casinhas para fazerem seus ninhos.
O primeiro já está habitado, por um casal de tico-tico. Aparece na primeira foto na sequência, pendurada numa armação feita pelo me filho, que plantarei uma trepadeira. As outras casinhas, até decorei, mas não apareceu inquilino ainda.









Não sei o nome dessa flor, mas é muito mimosa.


Essa flor chama-se funcionária, que sempre esqueço o nome e digo "secretária." Ela abre só após o sol aparecer, e as dezoito horas encerra o expediente.



O que a geada não matou, dos calanxues. E abaixo, uma flor que não sei o nome, mas é linda.





Fui visitar minha mana um dia desses, (aquela dos rabanetes), e trouxe essa plantinha coisa mais amor... Estou igual as comadres de antigamente, que não podiam ver uma flor diferente, que já pediam uma mudinha...kkkkkkkkkkkkkk





Amexeira em flor. É um espetáculo, quando ela está florida.

Os ipês floridos, logo ali na esquina.





Nas fotos abaixo, a nossa gata, "Dona Mel e o Seu Jimmy."
Passam o dia dormindo, comendo, sujando e observando.
Limpar que é bom, nada!!!



Meu jardim está sempre diferente, pois sempre invento mais uma coisa aqui, e outra ali. Eu e meu filho mais velho, agora estamos construindo uns bancos, e umas "carçadinhas"...rss


Tudo eu reciclo. Talvez seja por isso, que me divirto e faço desse espaço minha alegria. Se vejo uma tabuínha, ou cabo de vassoura já vou pensando: Que posso fazer com isso? Tampinha de garrafa, vira adorno. Cacos de azulejos, viram mosaico. Galhos das árvores, (após a poda), viram pedestais para flor, etc. Uma lata que achei jogada, enferrujando na chuva, virou aquela plaquinha branca com o escrito; "Bem Vindos!" Com latinhas, estou fazendo a decoração da porta, de uma salinha que existe lá no jardim. Quando estiver pronta, eu até posto o retrato. Isso se os pedidos forem muitos! kkkkkkkkkkkkkk



Beijos!

.*♥*•.¸¸.*♥*.¸¸. •*♥* Obrigada! *♥*•.¸¸.*♥*.¸¸. •*♥*


P.S.: A maioria das fotos foram tiradas pelo meu filho mais novo. Interessante, que foram tiradas com MP 5. Imagine se fossem com uma boa máquina fotográfica. Acho que esse moço, tem vocação pra retratista. Não acham?

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fatos e relatos...

A casa ao lado esquerdo da minha, foi vendida alguns anos para uma solteirona. Professora da Universidade, fazia doutorado de línguas ocultas e das letras apagadas. Descendente de alemães e de um município vizinho. Grande figura! Implicante que só, mas boa gente. A cada poucos dias escutava: Vizinhaaaaaaaaaaaaaa! Lá ia eu ver o que ela queria. Então ela começava a falar: Vizinha a sua trepadeira invadiu o meu muro. E lá eu já dizia, usando a política da boa vizinhança e jogo de cintura: Pode deixar, falarei pros meninos cortar nesse fim de semana.

Mais uns dias escutava : Vizinhaaaaaaaaaaaaaa...Céus, pensava que planta cresceu tão rápido quanto na história “ João pé de feijão”???????? E assim era, cada poucos dias uma reclamação. Pensei em usar uma estratégia diferente, e falei: Vizinha, também gostaria de lhe fazer um pedido; os galhos de sua árvore estão em cima do meu telhado e as folhas tem caído entupido constantemente as calhas, nas chuvas tem alagado minha casa. O seu jardineiro, ao fazer as podas deixa meu pátio com todos os galhos das plantas. Ela disse que tomaria providências, e tomou mesmo. Pensei, agora ela sossega.


Passado um tempo escuto: Vizinhaaaaaaaaaaaaa...Ai jesus, pensei que será agora? Abri a porta dos fundos, e vi só seus olhos arregalados; pois o muro é alto. Apavorada ela disse: Tem um sapo em cima da minha geladeiraaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Chamei meu filho e disse: Vai lá tirar um monstro de cima da geladeira da vizinha, ( também não sou simpatizante do tal bichinho).

Ela tem vários cachorros, lembro somente o nome de um, o “ Max”. Lá estava eu trabalhando num belo dia ensolarado no meu jardim. Meu filho me ajudava na tarefa, e lá pelas tantas, ouvimos uma voz fina cortando o silêncio, dizendo pro seu fofo cachorrinho: Mákíííísssssssssssssssss...Tu só pensa em sujar, né? limpar que é bom nada!!!! Tivemos uma crise de riso. Lembro-me que ri até doer as costelas enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto. Nem nos atrevemos erguer a cabeça e sair do canto do muro. Quando um parava de rir, olhava para outro e explodia em gargalhadas.


Bem, eu sempre preferi trabalhar no meu jardim em silêncio, além de me fazer bem, posso ouvir o canto dos pássaros. Ao contrário de meus filhos que ao cortar a grama, ou fazer uma poda escutam música com som alto, ( desde música clássica, cavalgada das valquírias a folk, New age, variações de rock, MPB e por aí vai).

Lembro-me que um dia, meu filho mais velho chegou em casa e disse: “Mãe, a vizinha é minha professora agora. E adivinha o que ela falou na primeira aula?” Então ele contou que ela tinha dito na sala de aula ter uns vizinhos meio doidos, que escutam umas músicas estranhas... Gargalhamos muito, e um dia dizia para outro: Imagina, claro que nem somos nós! E mais gargalhadas...


Um dia desses enquanto fazia a gruta, escutei a despedida do seu namorado: Smacksss, ( efeito de um beijo estalado) e bzzzz, bzzz, bzzzzzz ( algo dito baixinho), E ela dando um risinho, hihihihi.... Mais um smacksss, mais bzz, bzzz, bzzz e hihihi...

Todavia, não se foi o fato do meu filho mais novo ter se tornado seu heroi, salvado ela do “ terrível monstro”; fato que ela sempre que o encontra na Universidade comenta, ou por estar namorando. Mas ela finalmente sossegou. Nem tem se dado conta, que algumas plantas por vezes atrevidas, espalham seus galhos alguns centímetros no seu terreno.


Um ótimo final de semana para todos!
Beijos!


Imagem: Getty Images

sábado, 12 de setembro de 2009

Do cotovelo até o joelho.

No tempo, que roupa comprada pronta era coisa rara, e, que roupas novas eram usadas no domingo, pra ir à missa. Entre uma ave-maria e um pai-nosso, era comum às moças colocar reparo, nas roupas umas das outras. Tinha umas moças mais rezadeiras, (parecidas com a Milly). Sentavam-se sempre nos primeiros bancos, como também nas procissões eram as das primeiras da fila, logo após o padre. E claro, se algum detalhe não podia ser visto de longe, então, as curiosas davam um jeito de se aproximar após a missa, puxando um dedo de prosa, pedindo como a estava a família, essas coisas... Só para tirar o modelo do vestido, e fazer igual.


Fiel ao modelo de muito decoro, as moças vestiam-se todas parecidas aos meus olhos. Manga até o cotovelo, (meia manga) e o comprimento até o joelho. Embora, naquele tempo algumas moças já ousavam no decote, e tinham subido a barra para cima dos joelhos. Claro que não para ir à missa. Pois se isso acontecesse, o padre mandava retirar-se da igreja.

As famosas “Casas Pernambucanas”, local onde se comprava os melhores tecidos, trabalhava Seu Helz. E, naqueles tempos, era imprescindível para ser balconista de loja de tecido, saber cortar o pano, e fazer cálculos na ponta do lápis. Seu Helz era o funcionário mais antigo da loja. Era um senhor de certa idade, baixinho, cintura de ovo, bochechas rosadas, e com um grande sorriso nos lábios. Ah, lembrei-me da propaganda que escutávamos na rádio, na época. Corríamos pra escutar e cantar juntos. Começava assim:

Toc, toc, toc! Uma voz pedia:

_ Quem bate? Aí outra voz respondia:

_É o frio!

Aí começava a musiquinha:

"Não adianta bater, que eu não deixo você entrar
As casas Pernambucas, é que vão aquecer o meu lar
Vou comprar flanelas, lãs e cobertores
Eu vou comprar nas casas Pernambucas
E nem vou sentir o inverno passar. "

Mas o que mesmo estava dizendo? Ah, lembrei! Seu Helz tinha uma mania. Cada pouco, saia em passinhos curtos e rápidos indo para o meio da rua. Dava uma girada completa, olhando para o céu e voltava rapidinho em direção a loja. E para o primeiro que surgisse na sua frente, dizia: Não vai chover!


Sempre que alguém passava-já sabendo de tal fato, pedia ao Seu Helz: Será que chove hoje? Só para o ver sair rapinho e fazer à mesma coisa. Parecia o passarinho do relógio cuco. O nosso divertimento era achar um lugar estratégico para observar, apostando, quantas vezes ele sairia para ver o tempo.



Um ótimo final de semana!
Beijos!

P.S.: Milly deve lembrar da propaganda. Embora só tínhamos rádio na época, achei o vídeo da propaganda de 1962. Pra quem quiser matar a saudade acesse:

Imagem: Getty Images.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Brilho da luz refletida...


Não é difícil saber quando uma mulher sorri com os olhos, que são seus doces momentos vividos, em seus olhos refletidos... São as noites de sua memória, suas entregas, belas madrugadas...São suas manhãs ensolaradas, sonhos de amores com jeito de poesia, e o transbordamento de suas emoções...

São os portões, que se abrem olhando pro nada, felizes sem falar nada...

Na vitrine dos seus olhos, fachos de luz, de amor e magia...Trazendo sois para os caminhos a vislumbrar trevos de esperanças, por todos belos momentos vividos, que jamais serão esquecidos.


Beijos!


Imagem: Deviant Art.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Meu jardim supenso...

Enquanto no meu recanto planto mais uma flor, o canto dos pássaros faz do meu espaço, um lugar que me encanta.

Divido com os visitantes, algumas fotos de meu jardim.





Uma fonte.


Acho que deu pra perceber, que gosto de "estautas."..kkkkkkkkkk





Gruta feita por mim. Menino Jesus de Praga.


Mosaico feito pelos filhos.


Um vaso de calanxue.


Um caminho até a casa.


Outro cantinho. Uma rede para o descanso, que ninguém é de ferro.




Uma parte do jardim. Jimmy lá no fundo.




Farol. Pintura na parede, feita por mim. Aparece na foto anterior.







É isso. Se gostaram tem mais. -;)



Beijos!


Fotos do meu filho mais novo.


Obrigada filhão!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O que vejo de fato...


Pouco, às vezes além... Porém, letras miúdas só com óculos. Talvez mais tarde, com binóculo.

Todavia, quando as rugas chegam, basta tirar os óculos e fica tudo perfeito!

Não tem jeito, é a lei da natureza. Mas com certa idade, temos mais certezas. Quando não nos enganamos...

Os meus planos já são de aposentadoria, dos dias de cadeira de balanço Se bem que já estou sentada, antecipando a estada. Gosto da madrugada, de criar, pintar, escrever e fazer do meu tempo, o que bem entender...

Mas fazer o que? Não existem garantias, nem que esse dia chegue... Mas é inevitável pensar, mesmo na probabilidade que o dia não chegará...

Depois de tanto ralar, quem não quer parar? Por mim, já estava dando adeus ao relógio ponto. Mas conto e reconto, ainda faltam alguns anos.

Então...

O Pouco que vejo, escolho, garimpando.
Além do que, tem coisas que é melhor nem ver.
Que dirá tentar entender.


Uma ótima semana para todos!
Beijo!

Imagem: Deviant Art

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Diagnóstico precipitado da Dona Candinha.

Fato que após muitos anos, ainda é comentado. Do tempo que ainda era mocinha, e da vida nada sabia. Seguindo todo dia pra escola, trazendo na sacola além dos cadernos, os chinelos, para colocar ao entrar na sala. Vito seguia ao seu lado, menino estudioso e muito aplicado, filho do compadre Honorino. Andando ao seu lado, carregava em silêncio o segredo, de amar Candinha.

Na missa aos domingos, rezava com fé olhando pro santo. Pedia ingenuamente que ela correspondesse seus sentimentos, e quase aos prantos, ao dormia dizia: Que amanhã eu tenha coragem pra me declarar, por que eu quero sempre ao seu lado estar! E assim, seguiam-se os dias. Vito caminhando ao seu lado, entre suspiros e ânsias, porque mesmo sendo ainda criança, seus sentimentos eram profundos. Pensava ele em seu lamento: E amor tem idade?

Ah, quanta saudade aos sábados, que não podia lhe ver. E, para chegar o domingo contava as horas, rezando pro sol ir-se embora, e logo escurecer.

O tempo passou e ela mocita ficou. Vito, ainda alimentava esperança que a menina de trança, pudesse lhe amar. E, de tanto sonhar, o dia chegou de poder com ela dançar e sentir perto, seu corpo tão desejado. Após a dança, como sempre, seguiam juntos de volta pras casas. E, tal como todo apaixonado seguia ao seu lado emocionado...E foi nesse momento, que o destino deu um empurrão fazendo Candinha tropeçar, parando em seus braços. Coisa que de fato, Vito nunca entendeu o que assucedeu. Pois no instante seguinte estavam abraçados, e logo após, de lábios colados, num beijo ardente...

Como se seguiu dali para frente? Ah! Candinha pôs-se a definhar, a não querer se alimentar, a questionar seu infortúnio, enquanto gemia pelos cantos a chorar... Pensava em sua família, na reprimenda que lhe dariam. Como iria contar aos seus pais o que tinha acontecido? Depois de tanta recomendação, para ter cuidado que beijar podia engravidar.


P.S.: Transformei em escrito, inspirada nos causos sobre a ingenuidade e falta de esclarecimentos, das senhoras de outros tempos. Teve um causo até, de uma senhora que me contou ter dormido uma semana, após o casamento, em duas cadeiras na cozinha, de medo de deitar na cama com seu marido. E, por aí vai... Lembrei-me, das gargalhadas que dei, ouvindo de como eram de fato as coisas naquele tempo...

Tudo é fictício. Menos o fato que naqueles tempos, beijo engravidava!


sábado, 15 de agosto de 2009

Precisa-se...


Ter um querer, para poder sair do lugar e sonhar...
Paciência, para entender uma essência...
E conseguir aceitar as diferenças...
Tempo para refletir, pois ele é o mestre das lições...
Para entender que a palavra não se basta, ouvir longos discursos...
Escrever, pincelando no tinteiro da sensibilidade...
Algo, que nos estimule lutar e seguir em frente...
Que o sapato aperte, para entender um caminhante...
Tenha sentido um viver...
Sentido, no que se tenta dizer...
E espera-se, que haja sinceridade no que está sendo dito...
Nexo no que se diz, para não cairmos no descaso.



Um ótimo final de semana para todos!



P.S.: O objetivo de eu ter esse blog é para postar meus escritos. Já fiz textos sobre a falta de inspiração, já me inspirei em situações vividas por mim. Questionei, divaguei, rimei, contei causos, dei vazão ao que vinha na mente, e, escrevi sobre o que muitos outros seres também sentem. Postei hoje, somente frases e palavras de quem divaga tentando formar um texto.


Imagem: Deviant Art