sexta-feira, 28 de março de 2008

Doces recordações da infância...


É estranho como as recordações estão todas bem ali. São momentos que a memória arquiva, docemente e de tal forma, que fechando os olhos vemos fatos e pessoas que fizeram parte dos mesmos. A neve, os dias frios, o fogão à lenha...

A galochinha para o barro, o primeiro sapato, as chinelas havaianas, que misteriosamente encolhiam e nos deixavam de calcanhares de fora.

As festas da igreja eram que esperadas com alegria, oportunidade que tínhamos de tomar uma gasosa e comermos bolos recheados com o que se tinha disponível na época: pó de chocolate, “Ki-suco” e groselha. Confesso que tenho saudades, eram deliciosos!

Lembro-me perfeitamente da capa da minha primeira cartilha. Era linda, com rosas vermelhas bem pequenas e o fundo todo prateado. Soletrar a cartilha era muito divertido “ba, be, bi, bo, bu; ca, ce, ci, co...” e parava por aí, menos as gargalhadas.

A felicidade do primeiro sorvete, junto à frustração de vê-lo cair no chão depois de um tropeço, sem ao menos haver provado. Quando olho a foto da minha primeira série, vejo uma menina sorridente, dentuça e feliz. E feliz de quem tinha uma boneca com cabelo!

Os causos contados (geralmente à noite) pelos mais velhos, eram de ficar de olhos arregalados. Logo depois que um terminava, outro dizia “mas isso não é nada...” e contava um mais apavorante ainda. Ficávamos cheios de medo de voltar para casa apenas com o lampião que pouco iluminava.

Ainda posso ouvir o som que faziam as correntes nas rodas dos carros, em dias de chuva e barro.

Acreditávamos em Papai Noel até bem tarde e qualquer travessura era motivo para que viesse a ameaça de que ele não fosse trazer presentes. A expectativa aumentava durante o ano inteiro e esse era o nosso assunto predileto. Sonhávamos com o que iríamos pedir e ganhar. Claro que só os ganhávamos depois de contar como tínhamos nos comportado durante o ano todo. Além da bengala e do saco de presentes, ele trazia uma varinha, a qual deixava bem claro que seria usada, caso fosse necessário.

Era tão bom acreditar e sonhar com a chegada do Papai Noel. Parece que tudo perdeu um pouco da graça depois que deixamos de acreditar e soubemos que aquele velhinho barbudo e bondoso que esperávamos o ano inteiro, na verdade não existia.

São doces lembranças...

Passeamos nas recordações e nos detemos em alguns dos acontecimentos. É inevitável deixar que o sorriso apareça. Era uma fase preciosa, em que nada sabíamos e o mundo, para nós, era somente o lugar onde vivíamos.

Beijos a todos que visitarem este espaço!

Imagem: Getyy images

segunda-feira, 24 de março de 2008

Eu e os livros...


Não sei se gostava de ler, ou se a curiosidade e os questionamentos é que me faziam saborear os livros. Sei que passei minha vida lendo. Uma rápida olhada num livro, minha intuição dizia: “hum, parece interessante!”

Às vezes passava horas, dias questionando, pensando em algo que não entendia. Depois de muito pensar, lá estava à resposta, “caía a fixa” e eu dizia: Mas é claro, é isso mesmo! O fato era que, depois disso, de chegar à minha própria conclusão, quando ao pegar um livro para ler, lá estava escrito exatamente aquilo que eu havia concluído. Mas isso nunca acontecia antes de chegar às minhas próprias conclusões.

E por muito tempo foi assim...

Um dia estava fazendo um comentário exatamente sobre isso, sobre essa relação com os livros, quando na busca de mais um deles encontrei “Mãos de Luz”, um livro que eu já sabia tratar da cura através das mãos. Minha surpresa foi enorme. Iniciando a leitura, percebi semelhança no que tinha acontecido comigo e com a autora.

Ela relata no capítulo 6, página 62, suas experiências pessoais, dizendo: “Como já mencionei, a maior parte do que leio, costumo ler depois de minhas próprias observações, como se uma mão invisível quisesse que eu experimentasse um fenômeno antes de ler algo sobre ele, de modo a não poder projetar nenhuma imagem mental formada a partir de minha leitura.

Agora acredito com firmeza na experiência do guiamento, que se move através da minha vida inteira e a impregna como uma canção, sempre conduzindo a novas experiências, novas lições, à medida que cresço e me desenvolvo como ser humano”.

Boa semana a todos!
Beijos a todos que visitarem esse espaço.

quinta-feira, 20 de março de 2008

A mágica das palavras


Quando escrevo, sempre imagino alguém lendo meus escritos, como acredito que qualquer pessoa pense no momento em que transcreve suas idéias e sentimentos. Protelei o início dessa nova jornada por vários motivos. Mas as razões de não fazê-lo, por mais fortes que fossem, não chegaram ser maiores.

Várias foram as vezes em que li um livro,um artigo, um conto, e havia um algo que me clareava a mente. Dava-me aquela sensação gostosa de saber que alguém no mundo sentia o mesmo que eu, que comungava a mesma crença, sentia-se tão deslocado e confuso quanto eu, que me fazia pensar, ou me fazia rir de suas trapalhadas, ou, quem sabe, me trazia uma sensação de paz em uma linguagem simples, que eu entendia perfeitamente.

Há livros que facilmente queremos devorar até o fim! Como uma prosa gostosa, uma viagem sem data de chegada, sem rumo certo, somente o prazer de apreciar a paisagem, como um rio calmo... E em suas águas serenas navegamos, encantados com a paisagem e com a surpresa do que pode nos trazer a curva do rio, lá mais embaixo. Sem fórmulas mágicas que digam que você tem que agir assim, ou assado, ou que para ser feliz tenha que seguir isso ou aquilo.

Alguns escritos são mágicos e encantadores!

Pensar que talvez alguém nesse universo comungue com meus pensamentos, sinta-se compreendido, ou diga simplesmente a si: encontrei a resposta que buscava... É isso o que me leva a escrever aqui, para vocês!

Escrevo a vocês como uma criança concentrada e de mãos postas que dizia todo o alfabeto em voz alta, chamando a atenção dos religiosos em prece. Indagada sobre o motivo de estar fazendo aquilo, simplesmente respondeu: “Não sei orações tão belas quanto as suas, então digo todo o alfabeto para que Deus monte uma oração linda”.


Imagem: Deviant Art

terça-feira, 18 de março de 2008

Estreando...


Tal uma debutante, ante a emoção de ver-se desfilando, apresentada aos olhos que a contemplam, inicio está página.

Receber este “mimo” da Anne, essa menina tão especial, me deixou emocionada! Titubeante, passo a passo, vou sorrindo orgulhosa e procurando as palavras certas para dizer da minha alegria no momento de dar início a esse novo projeto! Anne, que divido momentos de pura reflexão, de longas prosas, e de muitas gargalhadas...

Grande incentivadora para que eu escreva, e coloque minhas experiências, meus pensamentos através da escrita, dou inicio ao que espero que traga a quem visitar, momentos de alegria, de distração, de alento, de pura sintonia...

Faço-me conhecer por este universo virtual através de meus pensamentos e daquilo que vivi, do que gosto, de quem sou... Falo sobre como a vida se mostrou a mim, com seus altos e baixos...

E que laços nasçam naturalmente, de uma forma leve e tranqüila.

Obrigada Anne, de coração, espero estar à altura!!!!!

Aos meus amigos, que convivo diariamente neste universo virtual, deixo um montão de beijos e só tenho a dizer a todos: obrigada!

A todos que vierem, sejam bem-vindos e sintam-se em casa!


Imagem: Getty Images

Para o anjo dos olhos azuis...


Estive, como sempre, pensando muito em tudo o que conversamos. O que mais gosto de nossas conversas é que com você posso ser eu mesma e continuar as minhas divagações e buscas a respeito de como entender os seres humanos...

Hoje você disse que me acha uma “lady”... Achei engraçado porque nunca me vi assim, faz pouco que entendo o quanto um sorriso, um “bom dia” ou um gesto educado pode melhorar o dia dos outros e é desde então que utilizo isso o tempo todo.

Somos humanos, e humanos têm o poder de pensar, planejar, têm o sentir... Eu estaria sendo muito injusta com Deus se deixasse de usar todas essas maravilhas que ele criou e colocou à nossa disposição. A sensibilidade de perceber o outro, o amor incondicional, o dar sem se preocupar em receber, a humildade e a pureza de sentimentos... É, pensando bem, tem coisas que eu admiro muito nos seres humanos, nas vezes em que vejo isso aparecer, florescer...

Só que ainda sou muito pequena e ainda tenho um longo caminho pela frente. O pouco que sei me ajuda no meu caminho, mas ainda falta muito em tudo, ainda erro muito, ainda deixo a raiva me incomodar, ainda preciso aprender a não me decepcionar com os erros humanos, afinal, não me cabe julgar. Mas como não entristecer vendo todos eles? Como não permitir que eles maculem a minha alma? Tenho aprendido a cada dia, como ser forte e manter o meu equilíbrio, independente do que os outros desejam para mim.

O que sei é que encontrar nesse mundo pessoas que me ajudam a pensar a respeito de tudo, que me ajudam a crescer e ser melhor – pessoas como você – me faz renovar a minha crença no ser humano, a minha crença na bondade e no amor, minha crença de que tudo aquilo que eu busco é real e pode ser alcançado...

Esse e-mail é só mais um pequeno agradecimento, um pequeno gesto de retribuição ao tanto que você me dá! Quando o mundo lhe decepcionar, lembre-se que tem pessoas que gostam de você de verdade, com um amor sincero e incondicional. Sei que uma pessoa é só uma dentre muitas, mas o amor é sempre uma dádiva, sempre um bálsamo, sempre um alento ao coração machucado. Quando a tristeza vier, lembre-se sempre muito amada, por Deus e pelas pessoas que, como eu, conseguem enxergar a sua alma tão bela e tão repleta de amor e sinceridade.

Que Deus lhe abençoe hoje e sempre!!!

- Imagem by Deviant Art

Obs.: Esse foi um e-mail que a Anne me enviou e eu quis postar por ter gostado muito das palavras. Já que foi ela quem me incentivou a escrever minhas idéias e pensamentos, quis fazer essa homenagem como um carinhoso gesto de agradecimento!