domingo, 29 de junho de 2008

Vestido de noiva preto

Sempre gostei de olhar fotos antigas de parentes, já que convivi muito pouco com os meus. Não tenho referencias dos meus antepassados, meus avós maternos foram os únicos que conheci. Minha Großmutter (avó) não falava a língua portuguesa e meu Großvater (avô) falava em português, mas com dificuldades.

Em algumas fotos de casamentos, as noivas trajavam vestidos pretos. Pedindo a minha mãe o porquê, ela respondeu (como sempre) com uma longa explicação: Naquele tempo se casava de preto.

Muito bem, resolvi descobrir se alguém sabia. Todavia, a todos que pedi diziam desconhecer o porquê que antigamente se casava de preto. Resolvi pesquisar e encontrei algumas explicações. Até o fato de que no período medieval o senhor feudal fazia uso da prima notte, ou seja, ele teria direito à primeira noite da mulher do seu servo. Por isso como forma de manifesto, a noiva se casava de preto.

Mas a explicação que acredito ser a verdadeira, é que as noivas passaram a se casar de preto por motivos econômicos, uma vez que o vestido dessa cor teria muito mais utilidade que o branco. Poderia ser usado mais vezes e também pelo fato do vestido branco encardir ficando feio, visto que na época não existia calçamento ou asfalto e muito menos o tal sabão em pó e alvejante.

Somos descendentes, a maioria aqui do sul de alemães e italianos, etnias que predominam. E a maioria que aqui aportaram, ou quase todos, aventureiros em busca de uma vida nova, a realeza e os brasões não fazem parte de nossas famílias. Ainda, além de aventureiros alguns fugitivos, que chegando ao Brasil mudaram seus nomes, o que dificulta muito descobrir a descendência e buscar as raízes...


Aos visitantes desse espaço, beijos!




Foto do casamento, de uma tia e madrinha de minha mãe.



sábado, 21 de junho de 2008

Doce Constanzia

Ramon revirava-se na cama, sentido falta de sua querida e doce Constanzia, sus besos calientes e seu corpo estonteante e lânguido exalando doces aromas. Por mais de uma semana, Constanzia mantinha-o longe de sua cama, torturando-o e fazendo-o sofrer pela sua ausência. De súbito levantou e foi bater a porta do quarto dizendo:

-¿Constanzia? Ela fingindo dormir, não responde. Ele espera mais um segundo e volta a chamá-la:

-Constanzia mi amor.

- ¿Si? – Responde Constanzia, fingindo que acordava com seu chamado. Então ele diz quase num gemido.

-Abra la puerta, quiero ir a dormir con usted.

-¡No abra! ¡Tampoco voy a cocinar más puchero para usted! Usted es un conversador, me dejan solo a bailar con otras chicas.

- Pero, ¿qué otras muchachas, mi amor? Ella fue a bailar con su madre y su hermana, mi amor. Argumentava Ramon já em desespero, explicando que só tinha dançado com sua mãe e sua irmã.

-¡Pero estuvo viendo a otras chicas, con esa mirada valiente!-Reclamava Constanzia, sobre os olhares que Ramon havia dirigido às moças presentes no baile.

- Constanzia mi amor, sólo tienen ojos para ti mi dulce amor.-Argumentava ele já em desespero pela resistência de Constanzia e prosseguiu:

- Ha profundamente el amor y todo mi corazón. Faz-se silêncio por alguns segundos e então ela se aproxima da porta e abre uma fresta da porta e pergunta:

-¿Amas mismo? ¿Sólo me?- Disse ela, fazendo dengo e mostrando que sua resistência finalmente cederia.

-¡Sí, sólo tú! No hay más hermosa mujer en Mexico. E dando um beijo em sua doce e amada Constanzia, Ramon carrega-a em seus braços até a cama, apagando a luz.

Sussurrando em seu ouvido, após momentos de êxtase e de amor:
- Mi dulce amor… contado los minutos que ausente estuve de ti, contado los segundos pero al fin ya estoy aquí… ¿Constanzia mi amor? E ela responde somente:

-Si amor... Então ele pergunta:

¿Mañana puede hacer un puchero para mí?




A todos visitantes, um ótimo final de semana!
Beijo!

Puchero:Comida típica. Cozido feito de carnes, legumes e leguminosas, com acréscimo de chiles mexicanos e tomates. Na Espanha, é chamado puchero ou cocido, sendo o mais conhecido o cocido madrileño.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A carta

Quando o carteiro chegou trazendo a correspondência logo cedo, Eva já imaginava de quem seria aquela carta. Meses ansiara sua resposta e agora que ela chagará não tinha forças para ler. O entardecer logo chegaria e ainda Eva segurava a carta nas mãos sem coragem de abri-la.

Mentalmente repassou os últimos momentos antes de sua partida, para longe daquele que tanto amava. Num lamento suas lágrimas escorriam e a saudade dilacerava sua alma. Quisera ela que o destino tivesse sido outro, que pudesse estar em seus braços. Mas não tinha sobrado alternativa-pensava ela-, a imposição e sua obrigação familiar, baseada em conceitos sociais faziam-no renegar sua felicidade.

Eva, já sem argumentos para aquele que tanto amava, decidira partir e começar uma nova vida. Quem sabe a distância e tempo ajudem-me esquecer – dizia a si mesma.

A decisão de escrever-lhe nasceu num momento de impulso. Quem sabe-pensava Eva cheia de esperanças-, ele tivesse repensado sua decisão em todo esse tempo, dando a si uma chance de todo seu amor ser vivido.

A possibilidade estava no conteúdo da carta, o temor tomava-a por inteiro sabendo que uma bifurcação ali estava, onde destinos são selados, de encontros e desencontros. Ansiava que o coração de seu amado estivesse nas linhas daquela carta, não nas razões de conveniências que até então tinham conduzido sua forma de agir e pensar. Que ele tivesse discernimento suficiente, coragem e ousadia de viver tudo que aquilo que seus corpos e almas, numa entrega febril de momentos únicos já vividos pudessem ser repetidos...

Respirando fundo numa prece muda, rasgou o envelope com as mãos tremulas e o coração aos pulos leu a primeira frase: Saudoso, escrevo-te...




Alguns momentos e alguns amores marcam a ferro quente! Podemos trocar os nomes e os lugares, mas não os fatos... "A dor de quem ama é única, não pode ser medida... "

Aos visitantes desse espaço, beijos!


sábado, 14 de junho de 2008

Uma carreta, carregada de esperanças...

Já anoitecia e os últimos raios de sol, tinham deixado no céu matizes do vermelho como se fossem pintados a pincel. A carreta rangia e os bois mostravam cansaço. As crianças pendiam suas cabeças dormindo, o caçula no colo da mãe e os outros encostados, nas poucas bugigangas que faziam parte da mudança, uma lata de banha, uma saca de milho, e outra saca com uma quarta de feijão, doada pelo compadre Leotêncio-padrinho do caçula-, para semear e dar início a um novo plantio. Alimentos que dariam somente para a viagem e no mais sonho e esperanças acompanhavam aquela família.

Ernesto relembrou o momento em que chegou a casa e sua esposa já sabendo da notícia, somente o fitou com aqueles olhos negros feitos jabuticaba compreendendo toda a sua dor e em silêncio o abraçou... Amargas eram as lágrimas de Ernesto, como amargo e cruel tinha sido o Senhor das terras, no qual Ernesto tinha semeado sonhos de um viver digno.

Várias vezes tinha sofrido ameaças pelo senhor das terras , em proibição para que não gastasse seu tempo na doma de cavalos. E quando deixou de ser ameaças, tentou desferir em Ernesto um golpe de facão que por sorte não o atingiu, sob ordens para que Ernesto se retirasse de suas terras.

Os poucos pertences de sua esposa Luzia faziam parte da mudança, um baú com uma colcha de retalho-feito por sua avó-, seus parcos vestidos (já surrados e gastos pelo uso) e um porta-retrato com a foto de Luzia e de suas irmãs, tirada na festa da santa padroeira do lugar. E Luzia assim se chamava pois sua avó devota da santa, na hora do parto tinha feito à promessa que se a criança esperada nascesse com vida e fosse mulher, batizaria com o nome da santa. Luzia nasceu e sobreviveu, mas sua mãe após o parto difícil faleceu e a responsabilidade de criar Luzia e suas irmãs, recaiu sobre sua avó.

Ele fitou aquela que escolhera como companheira de vida, eleita aos seus olhos a mais bela da redondeza, implorando para que a Santa Luzia protegesse sua família e em silêncio fez uma prece para que sua esposa resistisse à viagem, pois mais um filho estava a caminho.

Todavia, sabia que para onde se aventurava com sua família, não era nem de perto parecido do lugar que até então tinha vivido...


Beijo a todos que visitam esse espaço!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Paixões e Escolhas...

Nada! Nada! Nada que digas mudará o que penso, nem tente me reter!!! Os gritos ecoavam por todo o recinto, carregados de tensão, no momento que Esther retirava-se batendo a porta.

Em sua última apresentação, sob os aplausos do publico encantado com os acordes perfeitos de uma belíssima apresentação, Esther junto com a orquestra em mesura agradecia. A turnê tinha chegado ao fim, encerrada com uma noite de glória.

Esther exalava música pelos poros, sua paixão e sua entrega extasiavam a quem a ouvia derramando sua alma nas cordas de seu violoncelo. Tinha optado pela música, deixando para trás sua vida e o homem a quem amava, para seguir sua carreira. Mas o preço imposto para que continuasse era muito alto e ela jamais havia sentido algo pelo maestro.

Aplausos e alegrias, dor e lágrimas, dizia ela a si mesmo caminhando em direção à estação de trem. Em um momento via-se flutuando em direção ao céu, sentia-se tocando as asas de um anjo que a conduzia ao infinito, em outro a dor dilacerava sua alma, remetendo novamente a escolhas.

Suas lágrimas escorriam, mas ela não se dava conta. E quando o trem partiu sentiu que se encerrava um ciclo de sua vida. Voltaria para o lugar onde sempre viveu, de onde saiu para viver seu sonho.

Esther acordou com o barulho da chuva, abriu os olhos e percebeu a chuva pela janela. Quando a visão clareou, percebeu aquele a quem tanto amara ali, contemplando-a em silêncio, enquanto ela se espreguiçava. E então ele disse:

- Bem vinda, amor de minha vida... Nunca duvidei que um dia voltasse a esse lugar. Esperei-te todos os dias, que foram longos e iguais sem você aqui.


Beijos a todos que visitam este espaço!


Foto: Glimboo

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vidas e mistérios...

Nas redondezas nada sabiam informar sobre aquela senhora. Raramente a viam no vilarejo, exceto a fazer compras no armazém. Diferente das mulheres da região, seus vestidos eram de cores sóbrias, cortes clássicos e bordas abaixo dos joelhos. Usava chapéu nos dias de sol, o que chamava a atenção da maioria. Aparentava ter mais dos 50 anos, seu andar lento, porém firme e sua postura discreta conferiam-lhe um ar de dignidade e mistério.

As poucas informações que ouvi, foram que essa senhora ao adquirir o velho casarão, não fez pergunta alguma e ao entrar para ver o local, simplesmente cortou a explicação do antigo proprietário, que falava sobre os cômodos existentes, dizendo: Não precisa me dizer sobre os cômodos, sei quantos existem! Qual é o preço?

A oportunidade de me aproximar surgiu justamente quando a encontrei no armazém e me ofereci, para ajudá-la com as sacolas das compras. Ela me olhou profundamente, e depois de segundos, respondeu: Obrigada!

No trajeto, ansiosa por dar início à conversa, falei sobre a beleza do lugar, com seus lindos ipês floridos e as azaléias. Ela, respondeu novamente após um tempo:

- São lindos, realmente.

No restante do caminho, falei sobre minhas férias e o quanto gostava daquele lugar. Ela em resposta fazia comentários curtos.

Ao chegarmos à frente do casarão, ela me convidou para um café e prontamente aceitei. O mobiliário da sala era antigo e um vaso com cravos vermelhos perfumavam o ambiente. A lareira feita com pedras iguais às da casa dava aconchego ao ambiente e na frente da mesma havia um tapete e uma cadeira de balanço, na qual Vitória sentava.

Tomamos o café em silêncio e depois do que pareceu uma eternidade, ela olhou para mim esboçando um sorriso e comentou.
- Acredito que esteja curiosa para saber quem sou e por que escolhi viver aqui - Percebi que seu olhar se dirigiu a um porta-retratos, acima da lareira com uma foto de um homem. Respirou fundo, como que voltando à realidade e voltou a me olhar dizendo:

-Vivi escolhas, que nem sempre foram as minhas e por não serem minhas trouxeram momentos de dissabores, de resignações levadas ao extremo, motivadas todas elas por um profundo amor. Neste lugar, encontro paz e sossego, para os que sinto serem os últimos dias de minha vida. Percebo que preciso de minha companhia, do silêncio, de tranqüilidade e esse lugar bucólico tem me proporcionado isso.

- Realmente, esse casarão parece ter sido construído há anos, respondi.

- Ele foi construído em 1886, pelos meus avós, respondeu ela. E prosseguiu:

- Estás vendo ali em cima - apontando para uma viga exposta que atravessava todo o teto da sala -, a data descrita? levando em consideração os parcos recursos da época, essa é uma casa com certo glamour, um charme especial que lhe confere essas paredes de blocos de pedras naturais. Depois ela me olhou, como se lesse meus pensamentos e pausadamente disse:

- Procuramos desvendar a alma do mundo, passamos a querer entender outras almas, mas descer às nossas profundezas é o caminho que nos leva a entender todas as almas. É próprio da alma feminina dar sentido a vida pelo amor. Mas, também é próprio de muitas almas aprenderem o que é o amor. Não permita, que todo esse amor faça com que te percas de ti, pois um dia terás que fazer o reencontro...

A brisa amena e o entardecer davam um sabor especial aquele momento. Veio-me à mente o quanto as minhas expectativas nos últimos tempos tinham acabado com minha tranqüilidade. As férias tinham sido escolha minha, visto que estar longe de tudo nesse período conturbado me faria bem. Tínhamos algo em comum, sentia isso de uma forma intuitiva, embora algo nela me intrigasse e de forma intensa, essa mulher misteriosa tinha usado de palavras que me inquietaram profundamente.

Enquanto caminhávamos até o portão, pude observar o cuidado com o jardim, borboletas dançavam por sobre as flores e ela olhou-me dizendo: Bárbara, volte outras vezes!


Beijos a todos que visitam este espaço!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Terencio, o boca braba!

Terencio índio de fogo nas ventas, não levava desaforo pra casa, mas de jeito nenhum!!! Quando se via em betas, dava mão em sua adaga e a peleia estava formada. Lambanceiro e armador de banzé igual nunca se viu e tudo era motivo para baralhar as cobertas. De façanha em façanha, sua fama corria nas redondezas, o que lhe rendeu o apelido de “boca braba”.

Mas de certa feita, Terencio sumiu, mas sumiu como quem deve sumir, nem rastro e nem notícias não se ouviu mais do vivente. Mas bah tchê! O índio foi-se a la cria! Até diziam que Terencio foi se guarecer, de uma furada no bucho que levou, num fandango lá pelas bandas de Quaraí, ofendido por ter levado carão de uma china, levantou polvadeira e o qüera-marido da prenda-, teria feito o serviço.

Uns diziam que tinha se enrabichado pela tal Maruca, china lindaça, mal-penteada que fazia o sangue da indiada ferver.As más línguas até diziam que o índio, tava matando cachorro a grito, que sofria de um malfeito que Maruca tinha feito, pra laçar o vivente.

Mas pra arrematar e encurtar o causo, o que lê conto desse triste assucedido - mas ninguém confirma-, que Terencio teria importunado a filha de um certo estancieiro lá pras bandas de Itaqui e pra se vingar o tal vivente, teria mandado seus capangas no encalço de Terencio.

Terencio, que era de não dar rodeio, nem de afroxar o garrão, num entrevero fez das tripas coração e enfrentou os dez capangas! Oigalê! Dizem que, três deitaram o cabelo agarraram o mato, dois ficaram esticados no chão,um peleou até espichar a canela! Um dos locos, montado em seu cavalo levou um talagaço de fincar as guampas no chão!

Ota lá! A peleia foi feia, pior que briga de foice no escuro! Dizem que não sobrou ninguém pra contar a estória. E Terencio, contam que defendeu o pelego, mas há quem afirme que foi aquerenciar-se no andar de cima, partindo dessa pra melhor.

Causo não falta sobre o assucedido, até afirmam que viram umas aparições adonde o fato assucedeu-se e uma voz corta a noite dizendo:
- Orre Diacho!!! Me pulem capangada! Quero fazer cortar o facão em cruz no lombo desses filhos da macega!!!



Minha paixão pela cultura gaúcha me inspirou a escrever esse texto, que tem a única pretensão de compartilhar com cada um que visita este espaço, um pouco da forma falada e expressões usadas no território Rio-Grandense.

Fonte de pesquisa: Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul - Zeno Cardoso Nunes e Rui Cardoso Nunes.

A la cria: Ao Deus dará, à aventura. Foi-se embora, caiu no mundo, foi-se de escapada, fugiu.
Adonde: Em que, em tal lugar. (Arc. port. Ainda muito usado no Rio Grande do Sul)
Afroxar o garrão: expr. Ser dominado pelo medo.
Aparição: Assombração, visão, fantasma.
Arrematar: Dar o último toque, concluir, terminar.
Assuceder: Acontecer, ocorrer.
Bah!: interj. Exprime espanto.
Banzé: Arrelia, disputa, rezinga, briga, barulho, desordem.
Baralhar as cobertas: Brigar, envolver-se em conflitos.
Betas: dificuldades, apuros. Achar em situação embaraçosa.
Capanga: Indivíduo valente e devotado a uma pessoa importante, em geral fazendeiro ou político, que o toma a seu serviço para guarda-costas ou enfrentar inimigos quando necessário.
Carão: Negativa de um pedido de casamento, ou convite para dançar.
China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa do sexo feminino que apresenta alguns característicos étnicos das mulheres indígenas. Cabocla, mulher morena. Mulher de vida fácil.
Defender o pelego: expr. Defender a vida.
Deitar o cabelo: Fugir a disparada.
Enrabichado: Enamorar-se, apaixonar-se.
Espichar a canela: Morrer.
Fandango: Denominação genérica de antigos bailes campestres
Fazer das tripas coração: Fazer o impossível para conseguir determinada coisa que se necessite.
Filho da macega: s. Filho natural. Filho de pai desconhecido.
Fincar as guampas no chão: Cair, levar um tombo.
Guarecer: Restabelecer-se, fortalecer-se, melhorar de estado físico.
Indiada: Grupo de gaúchos, gauchada. Peonada. Agrupamento de homens.
Laçar: Atirar o laço e por meio dele aprisionar o animal, a pessoa ou objeto sobre o qual é ele lançado. O mesmo que enlaçar.
Lambanceiro: Diz-se da pessoa que faz lambança. Conversador, intrigante, rixento, que gosta de questionar.
Levantar polvadeira: Promover agitação.
Malfeito: Bruxaria, feitiço.
Mal-penteada: s. A mulher, a china.
Maruca: Designativo familiar de Maria.
Matar cachorro a grito: Andar sem dinheiro, estar na miséria, viver em grandes aperturas.
Não dar rodeio: Não temer, não afrouxar, não agüentar desaforo. Não deixar o adversário em paz.
Oigalê!: interj. Exprime admiração.
Orre diacho!: Exprime satisfação por acontecido algo de mau a um adversário ou a um inimigo.
Peleia: Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga,disputa, combate, luta.
Qüera: Individuo destemido, guapo, forte.