quarta-feira, 2 de abril de 2008

Justamente...


Que palavra estranha esta. Será que quer dizer “ajustar a mente?” Sempre tive curiosidade sobre a etimologia das palavras, seu sentido original, mas confesso que não sei. Acho que somos tal como papagaios, apenas repetimos o que ouvimos e o que nos repassaram...

Sempre achei estranhas as missas, com seus rituais e as mesmas preces, senta, ajoelha e levanta. Quando chegava a parte do comentário ou naquela em que citavam trechos da Bíblia, lá vinha a “descida de sarrafo” na Eva. Eu sempre achava esquisito o fato de Eva ser culpada por tudo de errado. Confesso que durante a missa ficava olhando as imagens e divagando. Que santo era aquele? Porque é santo? Ele era um homem de carne e osso, morreu e virou Santo? Onde ele morou? Como ele era soldado e depois virou santo? Porque o São Miguel Arcanjo tem uma espada? Porque ele está pisando naquela criatura aos seus pés?

Mas a pior parte era chegar em casa e ouvir minha mãe perguntar “o que foi que o padre falou?” Como poderia responder? Não tinha prestado atenção em nada!
Vinha pelo caminho torcendo para que tivesse alguma visita em casa, qualquer coisa para que ela não pudesse me fazer perguntas. Acho que nunca me sentia tão feliz com visita, “justamente” como aos domingos após a missa.
Mas se isso não acontecesse, evitava falar com ela na chegada, esperando que ela esquecesse o assunto.

Até hoje, se vou à igreja e o padre começa com os seus sermões sobre Eva, ou sobre algo que não quero escutar, concentro minha atenção em alguma criança que esteja por perto. Elas parecem anjos... Sinto-me em profunda paz, acompanho os seus movimentos, suas peraltices, seu sorriso, seu encanto. Alheias a tudo, elas tentam descobrir aquele espaço enorme, cheio de pessoas...

Precisamente, relembrando minha infância, me ocorreu que pouco adiantou seguir rumo à igreja todos os domingos, nada armazenei dos longos sermões, e da tal catequese obrigatória para sermos verdadeiros cristãos. Nem as ameaças de estar pecando, pelo fato de não ir às missas aos domingos funcionou.

“Pecado” que vem do grego e significa “Perder a oportunidade”. Ah, que pena que só descobri isso anos atrás! E que belos seriam os sermões feitos aos fiéis, com brandura e amor, ensinando quantas oportunidades podemos evitar em perder, ao invés das ameaças “aos pecadores” da queima no fogo do inferno. Esse termo, que a igreja católica tão bem usou para manter seus fiéis, por muitos anos cheios de medos e temerosos...

A todos que vierem visitar esse espaço, beijos!

Imagem: getty images

5 comentários:

Anne disse...

Ficou muito boa a foto e o texto melhor ainda, minha linda! Adorei esse (bom, eu adoro todos, pq tu sabe que gosto demais da tua forma de pensar e ser)

NEm vou comentar mto sobre religião e coisas assim, pq vc sabe melhor do que qq outra pessoa a minha forma de pensar a respeito...tb achava mto chato, acho q Deus é mto mais belo do que alguns sermões o fazem...rs

Menina, to amando o seu blog, tá mto mto mto legal meeeesmo! Parabéns pelo seu talento e por ser essa pessoa única e maravilhosa que és!

Bjos, lembre-se sempre que eu amo você, minha amiga!!!!

PS: Esse mes a TPM passou tranquila, nem mudei de humor. Acho que de tanto vcs rirem dela, ficou com vergonha de aparecer...rsrsrsrs

Luiz disse...

ler Lu a aprender, não sabia que pecado significa perder a oportunidade...vamos perdê-las ? beijo

Anônimo disse...

Uia!
Só agora me disseram que pecado significa isto...Droga!!!
Devia ter "perdido a oportunidade" mais vezes!
Como fui santinha...rss
E tolinha,tbém! Na mesma proporção!..rs
Rituais me deixam entediada...sempre as mesmas ladainhas,os mesmos gestos...
Sabemos que a fé não está alí...e que sua propagação não está em estátuas,não é?
E segue a missa..rss
Sabe,qdo menina,minha mãe obrigava a gente a ir nas missas...eu achava um tédio!
Isto não era correto!Eu ia por obrigação...ficava distraida,longe da igreja!
Depois,a noite,antes de dormir,rezava e pedia desculpas pra Deus...pq tinha ido na casa dele,mas,só tinha tido olhos pro garota da escola que estava no banco em frente ao meu...rsss
Ô,pecado!
Fiz muitos e ainda faço...outros tantos!...rs
Beijos...muitos!

Lu disse...

Ô Milly!
Que bom tê-la aqui.
Gosto muito de um filme "A Letra Escarlate" com Demi Moore, em que mostra a colonização dos EUA, bem como usos e costumes, conceitos e preconceitos de uma sociedade puritana. O estória se passa em 1666,e mostra muito bem essa questão do pecado.
No final fica uma pergunta ar " mas o que é pecado ao olhos de Deus?"
Se não assistiu eu indico.
Um filme com cenas lindas, fortes e que nos faz pensar muito.
Beijos e volte sempre !!

Anônimo disse...

Ainda não assisti...anotando aqui o título.
Pecados não existem,Prima!
Criamos o pecado pra punirmos as pessoas que são "gulosas" pela vida,que não têm medo de ser feliz...
Quem determinou que isto ou aquilo está errado?Homens...bah!
Acredito que tudo que se faz pra buscar a felicidade,o crescimento espiritual e psíquico,é válido (dentro da lei,é lógico...rs)!
No mais,é puro "pré-conceito",tabu...herança da idade média...rss
Se bobearmos,voltamos a Inquisição e somos queimadas na fogueira!!
E segue a missa...rs
Beijos de ótima terça!